quinta-feira, 7 de julho de 2011

Loucuras

O que é um ato de loucura pra vocês? Rasgar dinheiro? Sair correndo pelado no meio da rua? Resolvi contar pequenos contos por aqui. Contos de meninas loucas, apaixonadas, amantes e amadas. Vamos começar então? Começarei com um bem light...

Renata era uma menina comum. Nem bonita nem feia, mas estava ansiosa para dar o seu primeiro beijo. Sabe aquela menina que ninguém nunca cogitou a possibilidade de beijar? Era ela. Muito inteligente, amiga de todo mundo, gostava mais de ficar por perto dos meninos, e talvez por isso era vista como mais um menino na turma. Não era vaidosa e nem chamava atenção, mas tinha um relógio do Mickey no braço.
Mas um dia, suas amigas (as únicas do sexo feminino) contaram para ela sobre um grupo de meninos que conheceram, que ela tinha que conhecer! E ela os conheceu.
Eram 3 meninos para 4 amigas.  Como todas as outras amigas sabiam que ela nunca tinha beijado, obviamente elas a empurraram para um deles. Marcaram o dia do encontro.
Renata estava absurdamente nervosa. Não parava de olhar a hora em seu relógio, não sabia como arrumar o cabelo, o que falar, não sabia nada, estava perdida naquele momento único em sua vida.
Eis que na saída da escola, todas as amigas saíram juntas e a deixaram para trás, para perto do garoto.
O garoto era feio. Cheio de marcas de espinha, tinha uma pele meio oleosa, um sorriso arreganhado, e um cabelo muito ruim cortado bem baixinho.
Os dois resolveram sentar no banco de praça. Renata, desnorteada, perguntou: "O que você viu em mim?" e o garoto respondeu: "Sei lá, você, seu relógio do Mickey." Renata ficou calada. Mal conversaram.
O menino a levou até o muro do colégio, ofereceu uma bala de hortelã e acariciou seu rosto. Pelo menos foi seu rosto, e não o relógio. Então deram o primeiro beijo.
Um beijo molhado, cheio de línguas, com gosto de hortelã. Só deram um beijo.
Renata disse que tinha que ir embora, que estava atrasada. Ele, gentilmente, pegou em suas mãos entrelaçando os dedos, assim como os namorados. Renata achou aquela sensação estranha. Ele a levou até o ponto de ônibus e ela tinha a sensação de que todos a olhavam.
O ônibus chegou, Renata disse "tchau" e entrou. Pagou a passagem, passou pela roleta, viu pela janela o menino se afastar. Não quis ficar olhando pro garoto para as pessoas não perceberem. Sentou. Renata tinha certeza de que todos ali sabiam que ela tinha dado o primeiro beijo naquele dia.

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